O vazio do nosso
conhecimento
Tudo está no vazio do nosso conhecimento,
e é justamente nesse espaço que nasce a nossa busca. Cada ser humano precisa
encontrar por si mesmo as respostas que lhe cabem.
Aquilo que chamamos de adversidade não é algo
novo: os desafios que nos precederam também nos sucedem, porque fazem parte do
ciclo contínuo da vida.
Os julgamentos atravessam o tempo,
carregando consigo causas e efeitos que moldam nossa existência.
Criamos a prática a partir das teorias, mas
é na vivência que reconhecemos quem realmente somos. A imagem do que fazemos se
torna reflexo direto do presente.
É
nesse presente que residem nossos males, nossas dores e também nossos pesares.
No entanto, é também nele que encontramos a virtude capaz de nos libertar.
O conhecimento de nós mesmos
torna-se ferramenta essencial para compreender e superar aquilo que nos limita.
Nosso bem-estar, por mais que muitos tentem
universalizá-lo, é uma opinião particular. Cada pessoa identifica em si o que
considera necessário para se sentir plena.
E,
ainda assim, tudo o que vivemos é uma projeção do vazio de nossa existência.
Esse vazio não deve ser visto apenas como falta, mas como convite a preencher
com sentido, sabedoria e conhecimento
O alcance do nosso conhecimento
![]() |
| Olhos para enxergar |
Se
tivéssemos consciência de quanto reduzimos nossa própria visão, abriríamos mais
os olhos para enxergar melhor nossas condições.
Esse
gesto de autocrítica nos libertaria da tendência de culpar o externo,
levando-nos ao autoconhecimento.
Imaginamos que o excesso trará felicidade,
mas nos esquecemos de que o excesso é, muitas vezes, peso. Acreditamos no que
os olhos nos mostram, mas recusamos a dar crédito ao que está além da
aparência.
Essa
limitação, quando não combatida, reforça o vazio do nosso conhecimento.
De pouco adianta tentar auxiliar alguém se
carregamos desânimo dentro de nós. A verdadeira distinção humana nasce do vigor
e da disposição para transformar.
Sem
isso, restam apenas ilusões. A moral, quando reduzida ao tempo e às convenções
passageiras, se esvazia; transforma-se em desilusão, em engano que nos prende
ao óbvio.
Reconcilie-se com o tempo. Essa é uma
obrigação de todos nós. O tempo não prejudica, apenas expõe, reforça e
multiplica as barbaridades que insistimos em deixar prevalecer.
Ele
é neutro, mas nos devolve com precisão tudo aquilo que construímos. Por isso,
compreender o tempo é também compreender o alcance do nosso conhecimento.
O que aprendemos e compartilhamos
Vivemos como bárbaros durante o dia, e à
noite pedimos forças para dormir como santos. Essa contradição mostra o quanto
oscilamos entre instinto e consciência.
Não
é necessário acreditar em tudo como os velhos que se apegam a tradições sem
questionar, mas sim duvidar com sabedoria, como quem busca descobrir e
aprender.
O verdadeiro homem não teme a dúvida,
porque a dúvida é caminho para o conhecimento.
Se não encontramos nossa ocupação, criamos
objetivos elevados sem consistência. Deixamos a vida à deriva, sem assumir o
leme que deveria nos guiar.
Assim, caímos mais uma vez no vazio do
nosso conhecimento, presos a uma existência sem direção.
É essencial não esquecer do que podemos ver
e ouvir, porque são essas experiências que nos conectam à realidade.
Através delas, compreendemos melhor o mundo e
também a nós mesmos. Ajudar uns aos outros é também ajudar a expandir o conhecimento
coletivo.
O
verdadeiro valor está em sentir que somos grandes, não pelo que possuímos, mas
pelo que aprendemos e compartilhamos.
Assim, o vazio deixa de ser apenas
ausência. Ele se transforma em espaço fértil, pronto para ser preenchido com
consciência, virtude e conhecimento.
