
Urgência e necessidade
A insatisfação é uma constante em nossas vidas. Diariamente,
somos impulsionados por um sentimento de busca incessante por algo que ainda
não temos ou não compreendemos totalmente.
Preocupamo-nos em encontrar uma
solução, enquanto o tempo se esvai em meio à procura por valores que nos tragam
sentido.
Essa inquietação interior nos
propõe a necessidade de buscar equilíbrio, racionalizar nossas escolhas e,
sobretudo, modificar a forma como interpretamos o mundo ao nosso redor.
O grau de importância que damos a essa busca representa, em grande
medida, o impacto que ela tem em nossas vidas.
O que possuímos e,
principalmente, o que acreditamos que nos falta, está diretamente relacionado à
percepção de satisfação.
É essencial questionar se o que
julgamos necessário, de fato, não acaba por desvalorizar o tempo que temos.
Às vezes, ao priorizar o que não
é essencial, desperdiçamos oportunidades valiosas de viver com mais plenitude.
Nesse contexto, é preciso modificar nossos critérios de urgência e
necessidade.
Devemos aprender a ser mais seletivos. É necessário compreender que nem
tudo deve ser esperado do tempo, mas sim, do nosso posicionamento diante dele.
Buscar o que é prioritário é
interpretar o presente com mais consciência. Não devemos confiar cegamente no
coletivo, pois, muitas vezes, o que é valor para a maioria não condiz com
nossas necessidades pessoais.
MODIFICAR O FUNDAMENTAL
O verdadeiro valor está em
alinhar o tempo às nossas intenções e, se preciso, modificar as rotas
para que os caminhos façam mais sentido.
É fundamental lembrar o que realmente nos move. Viver nossos objetivos
exige presença e intenção.
Sonhar é apenas metade do
processo; a outra metade está em definir metas e agir de forma coerente com
aquilo que queremos alcançar.
O sonho só se concretiza quando
nos dispomos a modificar nossa realidade em direção a ele.
Grande parte do nosso tempo está repleto de possibilidades. As
narrativas que criamos, os sinais que interpretamos e as escolhas que fazemos
moldam o amanhã.
Esses pequenos indícios nos
preparam para o futuro, para os projetos que almejamos e para os sonhos que
representam o que mais desejamos.
Tudo isso acontece, e pode até parecer ilusão, mas é exatamente nesse
fluxo que percebemos como o urgente nos atravessa — como se passasse pela
janela do nosso tempo, entre a aceitação e a conclusão.
E é nesse ponto que devemos, mais
uma vez, modificar nosso olhar sobre o que é prioridade.
O presente exige de nós ações firmes. É necessário encontrar o modelo
propulsor que nos torne mais objetivos e alinhados com nossa essência.
MODIFICAR A NÓS MESMOS
A aceitação, por sua vez, não é
um tempo perdido. Pelo contrário: ela nos ensina a temporizar os processos
internos, respeitar os ciclos e esperar o momento certo, aquele que se
justifica em si mesmo.
Viver com tolerância é também um
exercício de sabedoria.
Questionar é essencial. É por meio do questionamento que dinamizamos o
presente e evoluímos em direção à satisfação.
Entendemos, assim, que sempre
haverá insatisfações — mas elas serão temporárias, pois a evolução pessoal
ajusta nossa vivência. Cada dia nos traz mais consciência, e com ela,
percebemos que o nosso verdadeiro limite está no ponto em que conseguimos
chegar.
Olhar para si mesmo é um ato de coragem. Não se trata de uma atitude
ligada à rotina ou a um comportamento previsível.
É, acima de tudo, a certeza de
que podemos encontrar mais do que imaginamos. O que levamos para a eternidade
não é o que nos satisfez momentaneamente, mas o que aprendemos a respeitar ao
longo da jornada.
A insatisfação, muitas vezes, é fruto da divergência entre o mundo real
e o ideal que projetamos. Porém, mesmo diante disso, é possível modificar
nossa visão, nossa postura e até o tempo em que vivemos.
Afinal, um século — ou mesmo um instante — pode ser transformado quando
decidimos modificar a nós mesmos.