O movimento é intenso, e a paz caminha a passos largos. Em meio ao fluxo da
vida, percebo que devo estar onde o ritmo
se alinha, onde tudo flui com naturalidade, onde o silêncio interior
encontra harmonia com o som do mundo.
Não é um lugar fixo, mas um estado de
presença.
Tudo está certo, ainda que por vezes pareça
incerto. A vida anda com a certeza silenciosa de onde devo estar.
A cada passo, a mente se adapta, se molda, se transforma. O tempo, por sua
vez, parece se dissolver suavemente no lugar em que estou, como se não
existisse pressa nem demora — apenas presença.
A proximidade das distâncias revela uma
contradição: o longe e o perto coexistem. O reflexo no espelho da vida mostra
as marcas do passado e as pegadas do agora.
E mesmo diante da indiferença ou da
dúvida, continuo em frente, atento ao chamado silencioso de onde devo estar.
A consciência, essa testemunha silenciosa do que somos, carrega a memória de imagens esquecidas. Elas passam despercebidas, mas reaparecem sutilmente nos detalhes do presente.
Em cada novo passo, busco
corrigir os anteriores, não com culpa, mas com aprendizado.
ESTAR EXIGE PRESENÇA
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| Onde estamos |
O passado, embora importante, não justifica por si só o presente. São os lugares que nos faltaram, as experiências que não vivemos, que hoje exigem nossa presença.
O futuro, apesar de ainda não ter portas abertas, revela sua existência
através das pequenas luzes que começam a se acender à nossa frente.
As verdades da vida são soberanas, mesmo
quando não as compreendemos por completo. Há um desígnio invisível que rege os
encontros e os desvios.
Os olhos que me observam não veem
tudo; desconhecem onde devo estar,
pois esse conhecimento é íntimo, silencioso e só pode ser sentido, jamais
explicado.
Tudo o que precisamos deve ser conquistado por
nós mesmos: pela superação, pela empatia, pela aceitação e, sobretudo, pela
compreensão.
Cada experiência, cada dúvida, cada
incerteza se transforma em fonte de inspiração quando olhamos com o coração
aberto.
Onde
devo estar é mais do que um ponto no mapa; é um estado de consciência.
É a morada da alma em sintonia com o agora.
Só há um propósito, só há uma unidade: a vida
como caminho, e o presente como trilha. Tudo parece estar longe e, ao mesmo
tempo, tão perto.
As verdades, as dores, os encontros e
as inspirações convergem em um só ponto: o lugar onde devo estar.
A CADA DIA
O futuro, por mais enigmático que seja, não
possui portas ou muros. Ele é construído no presente, edificado com nossas
escolhas e alimentado pela esperança.
O passado abriga o que fomos, mas é
no agora que habitamos o espaço onde o tempo se transforma em eternidade.
Na existência, tudo está contido: a
transcendência, o propósito, a essência. Cada momento é uma semente de
realidade, e cada pensamento é um sopro criador.
Ainda que passem como nuvens, sua marca fica registrada nos passos que
deixamos.
Existe compreensão quando nós reconhecemos.
Existe recomeço quando aceitamos. Existe presença quando, finalmente, habitamos
onde devo estar — esse lugar sem
nome, mas cheio de significado.
É ali que tudo começa. É ali que a vida flui,
que o sentido se revela, e que nos tornamos parte ativa do grande trânsito da
existência.
Um propósito redefine nosso olhar, e com ele
descobrimos uma nova verdade a cada dia.
Passado, presente e futuro deixam de
ser divisões e se unem em um só instante: o agora. É nesse momento que o mundo
se move conosco.
Somos parte de tudo o que existe, mas só uma
coisa nos define verdadeiramente: o lugar
onde devemos estar.




